Depois de Ibiza, voltamos a Barcelona par pegarmos nosso vôo para Atenas. Viajamos pela cia aérea Vueling (uma da cias low coast da Europa). O vôo dura cerca de 4 horas e me custou 99 euros. Saímos de Barcelona tarde (21:25 hs) e por isso resolvemos pegar um táxi do aeroporto de Atenas até o hotel. Resolvemos pegar um quarto privado para nós três em um albergue que ficava muito bem localizado, porém devido ao horário que chegamos eles haviam liberado nosso quarto para outros hóspedes. Foi um stress e tanto, já que estávamos cansados e para piorar havia apenas um "zelador" no hostel que tinha uma dificuldade enorme em falar inglês. Depois de muita discussão, ele ligou para o gerente do hostel que conseguiu nos acomodar aquela noite em uma outra unidade da rede (um pouco mais afastada). Devido ao horário e ao cansaço, aceitamos a oferta e fomos dormir (pagaram um táxi para nos levar ao outro hostel). No outro dia pela manhã, havia outro táxi nos aguardando para nos levar de volta ao albergue que havíamos feito nossa reserva inicialmente (detalhes do albergue no final do post). Pagamos U$ 130,00 a diária para um quarto para 3 pessoas. Já acomodados fomos desbravar a cidade.
Terra de Deuses, da Arte, da Mitologia e de famosos filósofos como Sócrates e Platão, Atenas é uma cidade que exala história por onde quer que vá. Com mais de 3000 anos de fundação, hoje possui mais de dois milhões e meio de habitantes e um contraste entre o moderno e o antigo impressionante. Repleta de turistas a cidade é vibrante e muito fácil de se locomover. A localização do albergue era realmente excelente! Fica no bairro de Plaka, a alguns minutos a pé do Parlamento Grego. Este é o bairro mais agitado e mais bem localizado de Atenas.
Tínhamos 3 dias para conhecer a cidade e por isso recorremos ao famoso ônibus sightseeing (ônibus que faz um percurso pelos principais pontos turísticos da cidade, do qual você pode descer nos pontos que lhe interessam e pegar o próximo para continuar o tour). Saímos bem cedo e nossa primeira parada foi no novo museu de Atenas que havia sido inaugurado dois meses antes!!! (junho de 2009). Uma enorme fila para entrar (mas que anda rápido), porém vale muito a pena! Se museu já é uma viagem no tempo, o de Atenas é ainda mais! Possui um acervo fantástico é possível ficar horas contemplando tamanha beleza!
Voltamos ao ônibus e continuamos nosso tour. Passamos pelo complexo que abrigou os primeiro jogos Olímpicos em 1896, pela Catedral de Atenas, pela Academia de Atenas, pela Livraria Nacional e pelo Templo de Zeus! Nossa próxima parada foi a famosa Acrópole! Imponente, fica em cima de uma colina e pode ser vista de vários pontos da cidade. Abriga um dos mais famosos monumentos de Atenas, o Parthenon! Construído para abrigar a imensa estátua da Deusa Athena, a protetora da cidade, o Parthenon, com suas 17 colunas de 8m de largura, é hoje é uma grande ruína, mas não menos impactante e imponente! Logo na entrada da Acrópole está o Odeão, que é um teatro que ficou famoso por receber o belíssimo espetáculo dos 3 Tenores! Ao lado está o teatro de Dionísio, que foi o mais famoso teatro da Grécia Antiga considerado o berço da tragédia grega. A Ágora abriga ruínas de vários templos menores, entre eles o Balcão das Cariátides que foi feito com esculturas de mulheres no lugar de colunas, que suportam na cabeça o peso da cobertura do templo.
Depois desta visita, resolvemos caminhar pela cidade ao invés de pegar novamente o ônibus turístico. Foi nessa caminhada que por acaso descobrimos uma região bem próxima com vários restaurantes muito charmosos e resolvemos então parar para tomar algo refrescante, já que o calor estava insuportável e ao mesmo tempo almoçar.
Ficamos sabendo que diariamente no final do dia, existe a troca de guarda em frente ao Parlamento Grego. Depois do almoço continuamos nossa caminhada pela cidade, mas nos programando para estar em frente ao Parlamento no horário da troca. Confesso que a cena é hilária e impossível controlar a gargalhada. Uma fila de guardas vêm marchando pela lateral do Parlamento até parar em frente aos guardas a serem rendidos. Aí começa uma coreografia que é no mínimo estranha. Não conseguiria descrever a cena, mas vou postar um vídeo que fiz para poder dar uma noção do quão engraçado é. Após a troca ser finalizada, os guardas ficam em posição estática até a próxima troca, e aí sim é possível fotografar ao lado deles. A vestimenta também é curiosa.....
Voltamos para o albergue para tomar banho e conhecer um pouco de Atenas à noite. O bairro de Plaka realmente é o mais agitado da cidade. Uma infinidade de turistas transitando para lá e para cá. Bares e restaurantes repletos de pessoas.... uma noite bastante agradável e com um clima bem mais ameno que durante o dia...
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Bar em Atenas |
No dia seguinte, fomos visitar com mais calma alguns locais que havíamos apenas passado com o ônibus de turismo. Três dias são suficiente para conhecer a cidade. Nosso terceiro dia foi voltado para os preparativos para a viagem para as Ilhas Gregas! Estávamos muito ansiosos para conhecê-las!
Albergue:
Student travellers Inn
www.studenttravellersinn.com
MYKONOS
A melhor e mais utilizada forma de transporte pelas ilhas gregas são os enormes Ferry Boats, disponibilizado por algumas companhias diferentes. O primeiro percurso, de Atenas a Mykonos, fizemos pela empresa Hellenic Seaways. O trajeto é feito em aproximadamente 4 horas e o custo foi de aproximadamente 60 euros. Os navios são realmente enormes e para os mareados de plantão, não é tão difícil assim. Todos os Ferrys saem do mesmo porto. Apesar das partidas serem bem organizadas, o lugar é um caos. Muita gente junta tentando se localizar, por isso é conveniente chegar com uma certa antecedência para embarcar com uma certa tranquilidade.
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Ferry Boat |
Cheguei em Mykonos já era noite e foi uma sensação muito estranha. Aquela multidão descendo do navio, e várias pessoas as aguardando (geralmente transfers dos hotéis), e quando dei por mim, estava praticamente sozinho no porto e sem nenhum táxi ou qualquer meio de locomoção por perto. Depois fui entender que existe um número limitado de táxis na ilha e que os hóspedes geralmente já reservam com o hotel o transfer. Moral da história: tive que ir para a rodovia (que passa ao lado do porto) e ficar quase implorando por um táxi. Por fim passou um que já estava cheio e resolveu me levar (na verdade ninguém que já estava no táxi se conhecia... era um tipo de veículo "compartilhado").
O hotel era bem próximo ao porto e fui muito bem recebido por um dos donos (na verdade a família que é a proprietária do hotel que trabalha nele). Minhas amigas já haviam chegado porque pegaram um ferry mais cedo. Depois de deixar as malas no quarto fomos sair para comer. Havia um restaurante ao lado do hotel, que além da comida gostosa, era muito bem frequentado e acabamos virando cliente assíduos pelo período que ficamos na ilha.
Acordamos no outro dia cedo e aí sim tivemos a noção do paraíso que estávamos! Havia uma praia deliciosa em frente ao nosso hotel (bastava atravessar a rua) e o café da manhã era servido em frente à praia! Este hotel chama-se Artemis Hotel e eu o recomendo por tudo: localização, serviços, estrutura, etc., lembrando que é um hotel econômico, sem nada de luxo e que não fica no centro da cidade. Em Mykonos a escolha é essa: ficar no centro e próximo aos restaurantes e lojas e durante o dia pegar um carro para ir às praias, ou ficar nas praias e durante à noite ir ao centro para o agito. Ficamos no meio termo, já que estávamos em frente à praia e a apenas 10 minutos do centro.
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Vista da praia, de onde tomávamos café da manhã. |
Também ao lado do hotel, havia uma locadora de veículos. A única forma de desbravar a ilha é alugando um veículo. Muita gente aluga motocicletas, porém, como éramos 3 resolvemos alugar um jipe e foi a melhor coisa para passear por Mykonos!!!
Já em posse do nosso jipe (Jimmy), fomos conhecer a ilha. Mykonos é tudo aquilo que imaginamos e muito mais. As construções todas branquinhas contrastando com o azul do céu e do mar! As praias são deslumbrantes com alternância de tons de azul e verde na água. Algumas das praias mais famosas e frequentadas são:
Psarou: uma das mais carinhas para se ficar, porém linda e muito procurada pela High Society. Possui ótima estrutura e o famoso restaurante Nammos, com uma excelente variedade de deliciosos pratos.
Paranga: praia menor, e super charmosa, antigamente era mais frequentada por nativos do que turistas, porém isso vem mudando com o tempo. O café Paraga, localizado na praia vem sendo responsável por essa mudança por atrair muitos turistas.
Eliá: frequentada principalmente pelo público GLS, é maior e vive lotada. Possui a areia um pouco mais escura e conta com uma boa infra estrutura de bares, barracas, espreguiçadeiras, etc etc. A cor da água é linda!
Paradise e Super Paradise: São as praias mais badaladas. Chegar nessas praias já é uma experiência incrível, já que a primeira visão que temos é de cima! Djs tocando os hits do momento agitam a galera jovem que frequenta estas praias!
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Jimmy!!! |
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Psarou |
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Elia |
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Super Paradise |
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Super Paradise |
Depois de desfrutar o dia na praia, é no centro de Mykonos que todos se encontram. No começo da noite a disputa por uma mesa nos restaurantes é grande, e não é para menos, já que na maioria dos restaurantes as mesas estão expostas na rua, e todos gostam de passar o tempo sentados vendo o movimento de ir e vir das pessoas. Come-se muito bem na ilha e os preços são justos. No mais avançar das horas, os restaurantes começam a esvaziar e os bares a encher! A ilha fica muito cheia no verão e por isso é a temporada das pessoas ganharem dinheiro. Grande parte dos bares, boates e restaurantes abrem apenas nesta época do ano. A balada não tem hora de acabar e é muito divertida! Uma confusão de nacionalidades se interagindo e se divertindo! Não deixe de provar a bebida típica da Grécia: o Ouzo. O sabor de aniz agrada alguns...
Passear pelo centro de Mykonos durante o dia, também é muito agradável. É ali que pode-se ter noção melhor do que é uma cidade toda branca contrastando com o azul do céu e do mar. Uma das regiões no centro é chamada de Little Venice, porque, como em Veneza, as casas estão praticamente boiando no mar Egeu! A região conta também com vários bons restaurantes, além de moinhos de vento que é ponto obrigatório para fotos incríveis.
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Restaurante |
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Mirante |
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Centro comercial |
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Ilha vista de cima. |
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Ruela em Mykonos. |
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Típica casa em Mykonos |
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Moinhos |
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Little Venice |
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Igrejinha |
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Flying above the ocean! |
Se você separar um dia para conhecer cada uma das praias mais visitadas, 4 ou 5 dias em Mykonos é o suficiente, porém essa ilha é tão encantadora que eu poderia passar semanas sem ter vontade de voltar para casa!!!
No dia de irmos embora, reservamos previamente um táxi que nos levaria até o porto. Fazer isso é muito importante, já que existem pouquíssimos táxis na ilha e se não for reservado, a chance de encontrar um de última hora é praticamente zero.
Links:
Hotel Artemis
Ferry boat
SANTORINI
Pegamos o ferry boat da mesma companhia para ir de Mykonos a Santorini (Hellenic Seaways). O trajeto demora aproximadamente duas horas e quarenta minutos, e o ticket custa em torno de 52 euros. Chegamos a Santorini no final da tarde. No próprio porto já optamos por alugar um carro e sugiro a todos que o façam, porque da mesma forma que Mykonos, táxi é uma raridade. Santorini é uma ilha vulcânica e a cidade fica bem no alto da colina. Do porto até a cidade é uma subida e tanto! Há opção de subir através de um teleférico ou até mesmo com a ajuda de mulas, mas optamos mesmo por um veículo automotor, por achar também uma maldade explorar as pobres mulas. Malas já acomodadas no carro, começamos a subir e devido ao horário, o sol já estava bem baixo e esse foi o espetáculo de boas vindas que Santorini nos proporcionou!!!
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Depois desse espetáculo, fomos buscar nosso hotel. Mais uma vez, tivemos uma enorme sorte. O hotel era lindo e o quarto quase do tamanho de um apartamento. A localização também era excelente.
Listada pela Trip Advisor como um dos 10 roteiros mais românticos, Santorini é realmente encantadora! Pelo fato de estar no alto de uma montanha vulcânica, para todo lugar que se olha tem-se uma paisagem fantástica! Apesar do vulcão ainda estar ativo, a maior e mais famosa erupção aconteceu no ano 1680 a.c., erupção esta, atribuída ao desaparecimento de Atlântida! A cidade mais famosa da ilha é Thira, que funciona como o cento comercial e estão a maior concentração de hotéis, bares, restaurantes e lojas, mas no norte da ilha está a cidade de Oía, que proporciona paisagens mais bonitas!
Apesar do mar azul, confesso que as praias de Santorini não são as mais bonitas que existem, muito pelo fato da areia (que na verdade são pedras) ser muito escura, quase preta. Mas ainda assim, elas estão lá aguardando os turistas. As principais são:
Perissa e Perívolos: Frequentada pela galera mais jovem, é praticamente a mesma praia, já que uma é continuação da outra. Possuem ótima infra estrutura e as pedrinhas por serem menores não incomodam tanto os pés. Alguns bares nesta praia não cobram as espreguiçadeiras, desde que consumam nele.
Kamari: Separada das praias Perissa e Perivolos pelo monte Profitis, esta praia também tem uma boa estrutura e possui a areia parecida com a das anteriores. Com um estacionamento em frente à praia, é muito bem frequentada!
Red Beach: Como o próprio nome fala, é uma praia cercada por montanhas de tom avermelhado e a areia também é nesse tom. A praia não tem quase estrutura nenhuma, portanto sugiro dê um de farofeiro e leve o lanche a esse passeio.
White Beach: De barco, saindo da Red Beach, chega-se a essa pequenina praia de pedras e encostas brancas. É um local para se apreciar e passar pouco tempo, porque apesar de bonita não possui nenhuma estrutura.
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Perissa Beach |
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Kamari Beach |
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Red Beach |
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White Beach |
Durante a noite, todos se reúnem em Thira, para jantar em um dos deliciosos restaurantes da ilha, caminhar pelas ruelas em busca de um souvenir ou tomar um drink em algum bar. Dois restaurantes muito famosos são o Ambrosia e o 1800, sendo que o primeiro tem uma vista fantástica. Os dois ficam no vilarejo de Oia. Muito parecido com Mykonos, a noite na ilha é um vai e vem de turistas de todas as nacionalidades, porém o clima é mais romântico e calmo. Não tem tanta balada como em Mykonos e a noite termina mais cedo. Minha percepção final é: Mykonos é uma ilha para os solteiros que estão afim de agito e Santorini para os casais românticos, por isso já sugiro aos solteiros que primeiro vão a Mykonos e tentem arrumar por lá o par para levar a Santorini!!!!
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Santorini ao entardecer |
Como dito no começo desse post, a intenção depois de Santorini era conhecer a ilha de Rhodes, famosa pelo colosso de Rodhes que foi uma das sete maravilhas do mundo. De lá pegaríamos um ferry até a cidade de Bodrum que já ficava no continente Turco, porém tivemos que mudar nossos planos devido a um contratempo de última hora: Não saía nenhum ferry de Santorini nos próximos 3 dias devido ao mar estar muito agitado! Quem poderia prever isso? O fato era que não poderíamos ficar mais 3 dias em Santorini porque descasaria todo nosso roteiro pré estabelecido. A solução foi comprarmos uma passagem de avião até Atenas e de lá outra passagem até Istambul. Fomos ressarcidos dos valores já pagos pelo ferry boat, mas os vôos até Istambul tivemos que bancar. O vôo de Santorini até Atenas, foi feito em um bimotor que eu mal cabia em pé e que balançava muito!!!! Apesar de ter durado menos de 20 minutos, foram os 20 minutos mais tensos que já passei. Não tenho problema nenhum com avião e já viajei em aviões pequenos, porém, devido a ventos muito fortes esse avião sambava no ar!!!
ISTAMBUL
Nossa chegada em Istambul foi impactante. Como estávamos vindo das Ilhas Gregas, onde tudo é festa, estávamos em um clima bem descontraído. Eu de bermuda e camiseta regata e minhas amigas também de pouca roupa! Chegamos no aeroporto por volta das 18:00 horas, e nos deparamos com aquela cena em que todos estavam ajoelhados no chão, cobertos de roupas dos pés à cabeça e orando! Foi aí que a ficha caiu: Estávamos em um país muçulmano! E para aumentar o clima, era o mês do Ramadã e os desavisados aqui não sabiam! O Ramadã é o nono mês do calendário lunar muçulmano e é considerado sagrado por ser o mês que, segundo eles, Alá revelou os primeiros versos do Alcorão a Maomé. Durante o mês do Ramadã, os muçulmanos abdicam de comer, beber, fumar, ter relações sexuais desde o nascer ao pôr do sol. Eles acreditam que esse sacrifício é um exercício de auto purificação.
Entendido onde estávamos, fomos ao hotel. O hotel que escolhemos, ofertava um transfer gratuito e quando saímos no desembarque lá estava um funcionário com a famosa "plaquinha" com nosso nome. O nome do hotel é Asmali Konak e fica no bairro Sultanahmet, mais conhecido como "cidade velha" a 5 minutos de caminhada das duas principais mesquitas de Istambul! As acomodações são simples, porém confortáveis e o atendimento é ótimo. Ficamos muito satisfeitos com o hotel, principalmente pela sua localização.
Istambul é uma cidade fascinante, onde até o cheiro é diferente! Acho que os narguilés fumados pela população exalam odores que ficam no ar da cidade! Caixas de som, instaladas no alto de postes, emitem chamados e orações a todo momento! As pessoas são simpáticas, amáveis e como já é sabido comerciantes natas! Cores fortes estão sempre presentes em todos os cantos da cidade, promovendo um contraste fantástico. Existe uma convivência muito harmônica entre o tradicional e antigo com o novo e moderno! Istambul está localizada ao mesmo tempo no território Asiático e Europeu, separado destes dois continentes pelo Estreito de Bósforo.
Nossa primeira parada, foram os dois principais templos de Istambul: A Mesquita Azul e a Hagia Sofia (ou Basílica Santa Sofia). A primeira, construída entre 1609 e 1616, tem esse nome por ser revestida por um mosaico de azulejos com varias nuances de azuis. Imponente, possui 6 minaretes (torres), e é um símbolo religioso para os muçulmanos. Construída pelo sultão Ahmed I, a mesquita é na verdade um núcleo de um grande complexo composto por bazares, banhos, fontes e o túmulo do sultão Ahmed I. É possível visitar seu interior em dias e horários estipulados. Por dentro, a mesquita é ainda mais incrível!
A basílica Santa Sofia, também chamada de Templo da Sabedoria Divina, foi construída entre os anos de 532 e 537 d.c. e é considerada uma obra prima da arquitetura religiosa. Inicialmente foi um templo Cristão, até virar uma mesquita na época do Império Bizantino e hoje é um museu aberto a visitação.
A Mesquita Azul e a Basílica Santa Sofia, ficam de frente uma para outra, fazendo da região um local muito procurado por turistas. Como estávamos no Ramadã, assim que o sol se punha os alto falantes da região avisavam o fim do período de jejum e os jardins que separam as duas edificações se transformava em um restaurante ao ar livre, onde todos abriam seus recipientes com farta comida e se esbaldavam de comer.
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Mesquita Azul |
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Mesquita Azul à noite |
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Multidão entrando e saindo da Mesquita Azul |
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Interior da Mesquita Azul |
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Interior da Mesquita Azul
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Hagia Sophia |
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Interior Hagia Sophia |
Localizado no mesmo bairro de Sultanahmet, está o famoso palácio onde moravam os sultões Otomanos: o Topkapi. Construído em 1475 por ordem de Fatih Mehmet, o Palácio é enorme e possui maravilhosos jardins que separam os cômodos. Todo circundado por muralhas, o complexo teve muitos dos seus prédios destruídos por incêndios e terremotos mas foram todos reconstruídos. Abriga uma coleção de tesouros dos sultões Otomanos além de objetos pessoais de Maomé.
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Entrada do Palácio |
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Interior do Palácio |
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Interior do Palácio
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Próximo à Basílica Santa Sophia está localizada uma cisterna subterrânea, chamada Cisterna de Basílica. Construída por Justiniano no séc VI, tem 70m de largura por 140 de comprimento, e capacidade para 80 mil metros cúbicos de água. Hoje desativada está aberta a visitação e a experiência é incrível. São 330 colunas com diferentes adornos, sendo que duas são sustentadas pela cabeças de medusas. O jogo de luz e a música clássica que toca dentro do ambiente dão um charme todo especial. Até filme de James Bond já foi gravado neste lugar.
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Cisterna da Basílica |
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Cabeça da Medusa sustentando uma coluna |
Antes de fazermos essa viagem tínhamos ouvidos falar dos Dervishes e estávamos dispostos a assistir uma apresentação. Os Dervishes são "dançarinos" que ao som de uma música quase que intermitente, começam a rodopiar sobre seu próprio eixo, com as mãos erguidas por vários e vários minutos (alguns por mais de horas). Eles dizem que entram em uma espécie de transe e que por isso obtêm uma ligação com as divindades e podem até ter algumas revelações. Verdade ou não, o fato é que não ficam tontos e realmente parecem estar em outra dimensão. É bonito muito bonito de assistir! Alguns se apresentam até durante a rua para ganhar algum dinheiro, mas optamos por ir em um local próprio onde pudemos assistir uma apresentação de aproximadamente 30 minutos. Confesso que os primeiros 10 minutos já são suficientes.
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Local de apresentação dos Dervishes |
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Palco de apresentação |
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Dervishes |
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Dervishes |
No dia seguinte fomos conhecer o famoso Grand Bazaar. Só posso descrevê-lo como indescritível. Considerado um dos maiores mercados cobertos do mundo, é divertido, colorido, movimentado e um lugar onde é possível fazer bons negócios. A máxima ali dentro é: nunca compre nada antes de pechinchar - os comerciantes acham isso uma ofensa. Chega uma hora que você cansa de tanto pechinchar, porém tenha a certeza de que vai comprar todo pelo menos pela metade do preço oferecida inicialmente. Ouro, tecido, lustres, tapetes, narguilés, roupas, sapatos, souvenires.... enfim, este é o lugar onde encontra-se de tudo.
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Grand Bazaar |
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Grand Bazaar
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Grand Bazaar
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Grand Bazaar
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Próximo ao Grand Bazaar está localizado o Spice Bazar, que é o mercado de especiarias de Istambul. É meio complicado de se chegar a pé, mas nos perder pela rua da cidade foi uma experiência fantástica. Percorremos o centro mais popular de Istambul e vivenciamos todo aquele típico comércio turco, com pessoas gritando daqui e dali para conseguir a melhor oferta por seus produtos. No meio do caminho íamos sempre parando aqui e ali e comprando irresistíveis bugigangas. O Spice Bazar é uma massagem aos sentidos, principalmente a visão e o olfato. O cheiro daquelas especiarias misturado com as cores das mesmas são perfeitas. Até para quem não é um profissional na arte de cozinhar, não resiste em comprar temperos de todos os tipos e prometer pra si mesmo que a partir daquele dia vai se aventurar pela cozinha. Para quem gosta de doce, recomendo experimentar o famoso Turkish Delight, que é uma espécie de gelatina, com pistache (alguns outros sabores também), envolvido em uma espécie de açúcar. Uma delícia!!!
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Spice Bazar |
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Spice Bazar |
Ao anoitecer, vários bares colocam almofadas na calçada para receber seus clientes. Como minhas amigas voltariam para o Brasil no dia seguinte e eu seguiria viagem sozinho, resolvemos fazer nossa despedida em um desses bares, tomando cerveja e fumando narguilé. O bairro movimentado e descolado de Istambul (fora da cidade velha), é o Nisantasi. Ficamos horas, relembrando nossas aventuras e já tristes pela despedida. Iria para o Egito e a sensação de ir sozinho era uma mistura de receio e ansiedade!
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Bar em Istambul |
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Despedida |
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Despedida |
A maioria das pessoas que vai à Turquia, concilia a viagem a Istambul com uma viagem à Capadócia e/ou a Pamukkale. Como eu tinha data marcada de voar para o Egito, não tinha tempo de ir a nenhum dos dois lugares, já que as distâncias são longe. No dia seguinte, já sozinho, decidi então ir até o estreito de Bósforo para conhecer melhor e por minha sorte, estava passando na frente de uma agência de viagem e resolvi entrar (queria me certificar que realmente não conseguiria ir à Capadócia nem a Pamukkale). Para minha surpresa (e alegria), eu estava errado. Era possível eu pegar um vôo no outro dia pela manhã até Pamukkale, passar o dia e pegar outro de volta no início da noite. Não era muito barato, mas como era meio de semana, estava praticamente o mesmo preço que ônibus e já que eu estava tão longe não poderia perder a oportunidade de conhecer. Fechei o pacote com a agência (infelizmente não lembro quanto eu paguei). Saí da agência e fui cumprir o que havia planejado: Ir até o estreito de Bósforo, porém não demorei muito já que teria que arrumar minhas coisas para pegar o vôo no outro dia cedo. O estreito de Bósforo é o estreito que liga o Mar Negro ao Mar de Mármara e divide Istambul entre o lado Asiático e o lado Europeu. A região é muito movimentada e perto de onde sai os barcos que cruzam o estreito existe um enorme mercado popular que vende de tudo um pouco. Ali também tem uma Mesquita menor que a azul mas nem por isso menos imponente.
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Estreito de Bósforo |
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Mesquita localizada no Estreito de Bósforo |
Voltei ao hotel no final do dia para arrumar minha mala e reservei um translado até o aeroporto no próprio hotel. O vôo era as 7 da manhã, então resolvi dormir mais cedo.
PAMUKKALE
No horário combinado (ainda estava escuro), a van que me levaria até o aeroporto estava me aguardando. Não sei se ainda é assim, mas para se chegar a Pamukkale existia apenas um vôo que saía de Istambul às 7 da manhã e outro que voltava às 9 horas da noite. A cidade mais próxima de Pamukkale com aeroporto chama-se Denizli e o vôo dura aproximadamente uma hora e dez minutos. Chegando em Denizli, existem vans que vão do aeroporto até a "rodoviária" da cidade (que por sinal é muito bagunçada e quase ninguém fala inglês). De lá partem os ônibus para Pamukkale (atenção aos horários, porque são pouquíssimos os ônibus que fazem esse trajeto. Essa foi uma das aventuras que tinha tudo para dar errado e que por muita sorte tudo deu certo. Fui sem nenhum tipo de programação e sem saber como os trajetos seriam feitos. Ninguém sabia informar nada..... Foi perrengue....
Chegando em Pamukkale, que na verdade fica dentro de um parque, cheguei a conclusão que todo sacrifício tinha valido a pena. Trata-se de uma montanha coberta por rocha branca calcária, também apelidada de Castelo de Algodão. Há milhões de anos, essa montanha vem sendo esculpida pelas águas termais que brotam a aproximadamente 34 graus e vão escorrendo e moldando piscinas naturais de um azul maravilhoso! É possível banhar-se nessas piscinas, mas prepare o protetor solar!
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Pamukkale |
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Pamukkale
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Pamukkale
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Acima da montanha existe um complexo onde está localizada a "Piscina Sagrada". Existem armários para guardar roupas e pertences pessoais além de restaurante e lanchonete (o único lugar para se comer na região). Paga-se para poder passar o dia. Dizem que as águas da Piscina Sagrada possuem propriedades medicinais. A piscina é muito interessante por dois motivos: primeiro que colunas antigas ainda estão no fundo da piscina e segundo é a densidade dessa água que é muito pequena e você afunda como pedra se não fizer força. Nas partes mais fundas da piscina existem cordas nas laterais que é para evitar que as pessoas afundem. Salva-Vidas estão à postos em todos os locais. Como teria que passar o dia por ali (meu vôo era só às 21:00 hs), este lugar for providencial!
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Piscina Sagrada |
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Piscina Sagrada |
O caminho que leva a entrada do parque de Pamukkale às montanhas de calcário, abriga uma série de ruínas de civilizações passadas. Passear por entre estas ruínas é um outro atrativo da região. Para explorá-la melhor, resolvi descer caminhando até a entrada do parque.
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Entrada do Parque de Pamukkale |
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Ruínas |
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Ruínas
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Ruínas
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Depois desse dia agradabilíssimo, e a certeza de que tinha tomado a decisão certa em conhecer Pamukkale, era hora de voltar a Istambul. Em frente à entrada do parque peguei um ônibus que me levou até à rodoviária. Chegando lá fui me informar como chegaria ao aeroporto e existia apenas um ônibus que faria este percurso e este ônibus chegaria em 2 horas. Fiquei naquela rodoviária que dá de dez nas piores do Brasil em feiura e desorganização, morrendo de medo de perder este único ônibus e ter problemas em chegar ao aeroporto (táxi também era uma raridade). Por fim conheci uma garota de Istambul que tinha ido a Denizli a trabalho. Ela era bem mais esclarecida e falava inglês fluente. Colei nela porque já havia feito essa viagem inúmeras vezes e sabia qual era o tal ônibus que pegaríamos (detalhe que ele passa pela rodovia sem entrar na rodoviária... por isso o medo de perdê-lo). Por fim tudo deu certo e cheguei em Istambul são e salvo. No dia seguinte partiria para mais uma aventura: Egito! A primeira cidade era Luxor. O voo saía de Istambul e fazia uma escala no Cairo. A companhia aérea foi a Egyptair e me custou 270 euros.
LUXOR
Cheguei a Luxor tarde da noite e a primeira surpresa: Minha mala não estava na esteira! O aeroporto da cidade é minúsculo e depois de todos terem pego as malas, só restou eu no aeroporto. Procurei imediatamente pelo guichê da companhia aérea, que na verdade era uma salinha ao lado da esteira utilizada por todos. O rapaz que me atendeu, tentou ser solícito, mas seu inglês também era ruim e por vezes não entendia o que eu falava. Só sei que ficou ligando para outros aeroportos tentando localizar minha mala. Isso durou aproximadamente uma hora, foi quando um funcionário do aeroporto chegou dizendo em árabe algo que eu não fazia idéia, mas pelas mímicas ele queria que eu o acompanhasse a algum lugar. Ele me levou para uma outra sala que havia uma outra esteira e lá estava minha mala! Não entendi nada, mas foi a melhor visão que pude ter! Depois tentaram me explicar que aquela esteira recebia as malas de vôos internacionais, mas como todos haviam chegado no mesmo vôo que eu, aquela explicação não colou muito. Bom, o que mais eu queria era sair dali e ir para o hotel, e aí a segunda surpresa: não havia nada nem ninguém do lado de fora do aeroporto. Um deserto completo! No estacionamento haviam apenas 3 carros parados em cada canto do local! Voltei para dentro do aeroporto e perguntei novamente para o rapaz da companhia aérea como eu poderia chegar no centro e sua resposta foi que naquele horário era um pouco difícil, mas ele tentaria chamar um táxi pelo telefone. Foi quando outra figura apareceu se oferecendo para me levar em seu carro particular e ele me cobraria um valor fixo (que não me lembro agora quanto foi). Apesar de temeroso (não conhecia aquele homem), resolvi arriscar e ir com ele. Não precisa nem dizer que depois que saímos restaram apenas 2 carros no estacionamento!!! Chegando ao centro outra surpresa: O motorista não fazia a mínima idéia de onde ficava meu hotel e ficou um tempão rodando pela cidade e pedindo informações. Por fim encontramos, depois de muito rodar e olha que o hotel era ao lado da estação de trem principal da cidade! No check in do hotel a quarta e última surpresa. O hotel era horroroso! Uma aparência de sujo um cheiro estranho e umas pessoas muito esquisitas. A única coisa que prestava era a localização. Realmente podia ir caminhando a qualquer lugar, mas naquele momento a única coisa que queria era dormir.
Acordei no outro dia e decidi que iria esquecer todos os contratempos da noite anterior. Primeiramente fui até à estação central de trem que ficava literalmente ao lado do hotel para comprar meu ticket para o Cairo dois dias depois. Meu vôo saía de lá e eu já havia pesquisado que era a forma mais rápida de chegar (não havia comprado antes porque o site não vende pela internet). Chegando no guichê da companhia (chamada sleeptrains), mais uma surpresa: o atendente disse que não havia lugares em nenhuma das classes dos trens para os próximos 3 dias. Entrei em desespero total! Como chegaria ao Cairo para pegar meu vôo de volta ao Brasil? De barco pelo Nilo não dava tempo e os vôos de última hora eram caríssimos!!! Em frente à estação de trem existe um escritório de auxílio ao turista (um tipo de embratur) e resolvi entrar para achar alguma solução para meu problema. A garota que me atendeu foi super simpática e prestativa e me disse que eu não tinha com que me preocupar. Existiam sim assentos nos trens (mesmo porque as passagens eram caras e os nativos viajavam em trens mais simples por não terem condições de pagar), porém era comum os atendentes venderem os tickets quando tivessem vontade. Pediu que eu voltasse no outro dia, que provavelmente teria outra pessoa atendendo para tentar de novo. E foi o que fiz. Para minha surpresa no dia seguinte havia uma mulher no guichê e quando perguntei sobre o ticket, tinham tantos lugares que pude escolher qual assento viajar. Achei aquilo inacreditável! Acabei escolhendo uma cabine com cama, porque depois de tanto stress queria mesmo era relaxar nessa viagem.
No primeiro dia de Luxor, coloquei uma bermuda e uma camiseta e fui andar pela cidade. Todos me olhavam como se fosse um Extra Terrestre. Também em um calor infernal daqueles (mais ou menos 46 graus) era a única coisa que eu conseguia vestir, e todos andavam com aquelas burcas que cobrem o corpo todo! Fui direto procurar um Mc Donalds para comer (são tantos os relatos sobre tomar cuidado com a comida e até com a água no Egito, que decidi que, pelo menos em Luxor que é uma cidade pequena, comeria no Mc Donalds todo dia e beberia apenas água mineral). No caminho do hotel ao Mc Donalds fui abordado inúmeras vezes por condutores de charretes que insistiam em me levar (para qualquer lugar que eu quisesse). Aquilo estava me deixando aborrecido. Depois de comer no Mc Donalds saí com minha garrafinha de água na mão e agora além dos condutores de charrete me abordando, a todo minuto alguém me pedia minha água ou algum trocado. Fiquei nervoso e ao mesmo tempo com medo de tudo aquilo ao ponto de até guardar meu relógio no bolso e aceitar o passeio de charrete para ir aos meus destinos desta forma. Eles primeiro oferecem o passeio a preço de banana mas a coisa vai subindo com o passar do tempo. Meus destinos principais eram o Museu e os Templos de Luxor e Karnak. O templo de Luxor estava muito próximo ao hotel, logo faria a pé, então pedi para o condutor da charrete que me levasse ao museu e depois ao Templo de Karnak. Apesar de jovem, o condutor falava bem o inglês e pudemos manter um bom diálogo. A primeira coisa que disse foi que estava com medo de todo aquele assédio pela rua e ele me disse uma frase que nunca mais vou esquecer: "Não precisa ter medo. Nós egípcios somos pobres e precisamos muito dos turistas. Vamos pedir a todo momento, porque realmente necessitamos, mas somos incapazes de pegar qualquer coisa que não nos pertença. Fique tranquilo que o senhor jamais será roubado em nossa terra". Essa explicação me deu um enorme alívio e me ajudou a interagir melhor com aquele lugar e aquelas pessoas.
Luxor é uma cidade intrigante. Situada às margens do Rio Nilo, possui um contraste inacreditável. As construções e templos que margeiam o rio são estupendas, porém quando começa-se a avançar para o interior da cidade, é uma pobreza assustadora. Do outro lado do Nilo está o Vale dos Reis, onde concentram-se grande parte das tumbas dos antigos faraós. Mas vamos por partes:
Já bem acomodado na minha charretinha e com as devidas explicações sobre o comportamento dos habitantes de Luxor, partimos para o museu da cidade. Bem montado e bem cuidado, o museu é bacana, porém para uma cidade tão histórica e importante como Luxor, é de se esperar um acervo maior. Provavelmente isso se deve à disseminação do acervo egípcio a museus espalhados pelo mundo, como o Louvre de Paris, o Prado de Madri, o Smitshonian de Washington etc etc. Ainda sim é um museu interessante e vale a pena a visita.
Meu "motorista" me aguardava na porta do museu (este percurso pode perfeitamente ser feito a pé, mas confesso que naquele calorão foi interessante ter optado pela charrete). Seguimos em direção ao templo de Karnak que fica aproximadamente 8km ao norte.
Chegando ao templo comecei realmente a mergulhar na cultura Egípcia. Tudo é superlativo neste local e alguns lugares ainda estão muito bem conservados. O templo foi construído há mais de dois mil anos com a contribuição de vários faraós. Lá, com seus 4500 metros quadrados e 134 enormes colunas além do obelisco da rainha Hatshesput, está o maior templo do mundo, chamado Hypostyle Hall. Vários guardas vigiam este local e em um certo momento vi que um deles me chamava para atravessar uma cancela que impedia o acesso dos visitantes. Dizia que iria permitir minha entrada para tirar uma foto. Achei aquilo super legal e pensei: nossa, o guarda foi com a minha cara! Entrei e do outro lado existia uma estátua de Faraó monstruosa! Ele mesmo tirou a foto e logo depois estendeu a mão. Gorjeta, claro! Depois fui perceber que eu não era o sortudo, mas eles fazem isso com todo mundo para ganhar uma graninha! Não me importei muito porque tirei uma foto fantástica, mas fiquei mais escolado ainda com os Egípcios!!! Sem exageros o templo de Karnak é mesmo estupendo e se não fosse o calor que estava derretendo meu cérebro, poderia ficar mais tempo por lá contemplando tamanha beleza. À noite existe um espetáculo de luz e som que ouvi falar muito bem, porém eu não tive tempo de assistir.
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Meu "motorista" em Luxor |
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Museu de Luxor |
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Entrada do templo de Karnak |
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Templo de Karnak |
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Hypostyle Hall |
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Foto tirada com a ajuda do meu "amigo" guarda! |
Saindo do templo de Karnak passei por outra grande aventura! De novo na charrete comentei com o condutor que gostaria de visitar o Vale dos Reis no dia seguinte e qual era a melhor forma para chegar. Ele me disse que seu irmão possuía um carro e que poderia fazer esse "tour" comigo. Teria apenas que acompanhá-lo até a sua casa para combinar um preço com o irmão. Achei a oferta interessante e aceitei ir até sua casa acertar esse passeio. Antes disso ele disse que me levaria até uma loja de antiguidades para que eu pudesse conhecer. Chegando lá, entendi que os donos pagam uma comissão para que eles levem turistas para comprar. Não achei tão ruim, porque acabei comprando uma estátua de um faraó que eu adoro, além de dois pergaminhos, por um preço bem melhor que em lojas convencionais. Saindo da loja começou a aventura! Nossa charrete começou a entrar para dentro da parte pobre de Luxor e eu comecei a ficar apavorado. Varais cheio de roupas cruzam as ruas e as roupas que estão secando vão batendo na sua cabeça, o esgoto é totalmente a céu aberto e o cheiro insuportável, pessoas vendem pedaços de carne na porta de casa, ainda com pelo e cheio de mosquito em volta.... enfim, meu pensamento era que aquela história de que nunca seria assaltado era pura baboseira e que eu estava realmente correndo perigo! Novamente para minha surpresa, chegamos à porta de sua casa e fomos recebidos por seu pai, um senhor de idade com a cara enrugada pelo tempo, porém muito amável. Até para tomar um café ele me convidou, mas preferi aguardar o filho do lado de fora mesmo. Em menos de 5 minutos ele já estava conversando comigo e acertamos o passeio para o dia seguinte. O passeio duraria o dia inteiro e o preço cobrado foi bastante justo. Terminada a negociação meu motorista me levou até a porta do meu hotel em sua charretinha turbinada e novamente com todas as roupas penduradas batendo na minha cara! Tudo isso me deixou aliviado novamente e me serviu de lição para pensar duas vezes antes de julgar os outros.
No outro dia pela manhã meu segundo motorista me aguardava na porta do hotel. O destino: O Vale dos Reis.
O Vale dos Reis é uma região que fica do lado oposto do Rio Nilo, onde estão localizados os túmulos dos mais famosos faraós egípcios, com destaque especial para o famoso Tutankamon. De carro, leva-se aproximadamente uma hora e meia para chegar ao Vale dos Reis, porém no caminho existem vários templos de muita importância histórica e por isso, é bom reservar o dia inteiro para esse passeio, e da mesma forma que fiz, pagar um motorista particular é a melhor opção.
Já no caminho para o Vale encontramos o Colosso de Mêmnon, que são duas estátuas gigantescas do faraó Amenhotep III. Feitas de quartzito e com aproximadamente 18 metros de altura, as estátuas eram consideradas as guardiãs do templo do faraó. Hoje o templo, que era um dos maiores da antiguidade não existe mais e sua destruição foi atribuída a inundações do Rio Nilo.
Adorei o seu blog. Farei visitas sempre que possível.
ResponderExcluirSe precisar de dicas de Washington, posso colaborar. Não conheço, ainda, tantos lugares como vc conhece, mas dentre as poucas cidades que conheço, é uma das mais bonitas que já fui.
Bjs,
Surama
Obrigado pela visita Surama! Por coincidência estive morando nos últimos 3 meses em Washington, e concordo com você que é uma cidade linda!!! Não vou dispensar suas dicas não tá? Assim que eu postar, quero muito sua contribuição.
ExcluirBjao
Olá Marco! Sou irmã da Fernanda, que trabalhou com você no HSBC. Ela comentou comigo sobre o seu blog. Sensacional!!! Vou visitar sempre. Parabéns!
ResponderExcluirOlá Dany! Seja bem vinda! Que bom que gostou! Ainda estou atualizando e vai ficar ainda melhor!!!
ExcluirConto sempre com as sugestões de voces, tá?
Compartilha com seus amigos depois!
Grande abraço,
Marco
Sensacional!
ResponderExcluirParece que caminho pelas ruas ao ler seu texto!
Além de prazeroso, os detalhes que você cita são de viajar, mesmo em pensamento!
Rosa Cezar
Muito bom o blog!
ResponderExcluirEstou vivendo em Granada, e já estou planejando algumas viajens daqui a um tmepo, seu blog me deu uma boa visao sobre os lugares descritos!
abraço!
Obrigado Isis! Depois fale um pouquinho de Granada! Adoraria saber um pouco mais sobre ela!
ResponderExcluirAbração,
Marco
Marco tudo bem?
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de te parabenizar o blog, estou planejando uma viagem Grécia e queria dá uma passada no Egito passar uns 4 dias, e não encontrei muitas informações, então gostaria de saber se é tranquilo, se consigo fazer essa rota de barco, ou só de avião, se vc tiver alguns dicas para me passar agradeço.
ola amigo, eu sou moises e eu sou guia egipcio de turismo com experiencia de 15 anos e organizo viagens pra todo egito e tenho muitas referencia brasileiras se vc quiser informacoes ou conhecer ao egito, pois pode me escrever ao meus contatos que sao mosesmiromizo@gmail.com ou info@egitoviagens.com
ExcluirOlá,
ExcluirQuando fui ao Egito, visitei Luxor e o Cairo. O trajeto entre essas duas cidades eu fiz de trem. O mais difícil disso foi comprar os tickets, já que no primeiro dia que fui à estação, o atendente me falou que não tinha mais tickets. Já no segundo dia, uma outra atendente (dessa vez uma mulher) falou que tinha vários tickets. Depois fui entender (em um lugar de atendimento ao turista) que funciona bem assim. Vendem os tickets se estao afim ou nao.
Comprei o ticket na primeira classe e a viagem em si, foi bem confortável. Se quiser saber mais sobre essas duas cidades, pode me escrever que responderei com prazer.
Abs
ola amigos, eu sou moises e eu sou guia egipcio de turismo com experiencia de 15 anos e organizo viagens pra todo egito e tenho muitas referencia brasileiras se alguem quiser conhecer ao egito. meus contatos sao mosesmiromizo@gmail.com ou info@egitoviagens.com
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